Realizada no dia 20 de dezembro, a última reunião do Conselho Municipal do Meio Ambiente não teve o quórum necessário, o que impediu os integrantes de fazerem deliberações no encontro. Por ter caráter apenas informativo, foi incluído em ata apenas o pedido de que os conselheiros recebam mais documentos sobre o projeto do Loteamento Ipanema, que prevê o desmatamento em uma área verde de 12,9 hectares em Ipanema, além da canalização do Arroio Espírito Santo. O assunto voltará a ser debatido no conselho somente no final de janeiro, quando iniciarem as reuniões de 2019.

O empreendimento, que prevê a construção de prédios de até 10 andares na região da orla, está sofrendo forte oposição da comunidade da Zona Sul de Porto Alegre e de entidades comunitárias e ambientalistas, que, unidos no Movimento Preserva Arroio Espírito Santo, conseguiram, em novembro, liminar na Justiça que suspende a licença de instalação e proíbe qualquer intervenção na área, pelo menos, até que a 10ª Vara da Fazenda Pública avalie melhor o assunto. No dia 5 de dezembro, em reunião de conciliação, foi mantida a liminar e, paralelamente, foi estabelecido que as partes interessadas deverão se manifestar por escrito. Também foi solicitado à Prefeitura que apresente o processo administrativo de licenciamento para que sejam conhecidos detalhes do projeto.
No domingo passado (16 de dezembro), integrantes do Movimento Preserva Arroio Espírito Santo (www.facebook.com/PreservaArroioES/) se uniram a frequentadores do calçadão de Ipanema para se manifestar em defesa da mata nativa e dos animais que habitam na área do loteamento, assim como demonstrar contrariedade contra a proposta de canalização do arroio que cruza toda a extensão da área. Além da distribuição de adesivos e da coleta de assinaturas em prol da preservação dos 12,9 hectares, os manifestantes utilizaram diversos personagens para chamar atenção para a causa. Assim como pessoas fantasiadas de árvores (que já participaram das manifestações anteriores), também chamou a atenção do público o “homem-motosserra”, representando o avanço da especulação imobiliária sobre as áreas verdes da cidade.
O polêmico projeto também foi tema de reunião da Região de Planejamento 6 (RP6), que engloba a maioria dos bairros da Zona Sul de Porto Alegre, realizada, na noite de 17 de dezembro. Durante o encontro, os delegados da RP6 solicitaram ao conselheiro Luiz Antonio Marques Gomes, que representa a região no Conselho Municipal de Desenvolvimento Urbano Ambiental (CMDUA), que leve o assunto para debate na próxima reunião do também chamado Conselho do Plano Diretor, que deve acontecer em janeiro de 2019.